quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CADELÃO -DIABOS NÃO TEM PENA





                                   CADELÃO... DIABOS NÃO TEM PENA




Ritual de magia negra-1585






Aquela carta fincada com um punhal na porta do bordel era o seu fim. Os seus bordeis com todo o seu patrimônio foram confiscados pelo padre Bento e pelo inquisidor. Sua fortuna iria engordar o papa e os Reis de Portugal.Seus bordeis transformados em convento para freiras e o pior com suas putinhas mais belas.Noivas de Cristo ! Que heresia! Que castigo mais filho da puta para um demônio por ter sido um falso cristão. E o mais terrível era saber que Consuelo teria que parar nas mãos desses romanistas.Que destino mais cruel para uma que nunca se deu ao luxo da putaria Seria entregue ao inquisidor para tornar-se noivinha dos Cristo romanistas nos bacanalizados mosteiros da Espanha.Acabaria como mãe virgem de um bastardo santinho.O pior é ver as criancinhas santas entregues aos padres aliciadores.´´Que venha a mim as criancinhas disse´´ o mestre”Esses corruptos da palavra! Eles não seguem os princípios que a palavra de Deus é regra todo suficiente de fé e pratica. Estes animais me deixam perplexos!Agem de um lado com uma roupagem santa e de outra com vestes de Satanás! Sendo assim vou esperá-los no meu reino. Os demônios adoram os comedores de criancinhas. Mais voltemos para os que não tem pena de nada.


--Porra!Que noite dos infernos!Ele um sábio da natureza humana estava experimentando o cruel e amargo sabor da sua queda. Caminhava em silêncio. Ventava forte. Passou em frente ao casarão Pela primeira vez parou e olhou bem de frente as duas árvores. Quanto tempo estavam ali e nem as tinham notado. Dois galhos caíram sobre a sua cabeça como de costume.. Ele bradou;


--Galhos filhos das putas!Fostes assim que me enganastes!


Continuou caminhando para casa. O dia estava amanhecendo. Nino O Gordo, abre o portão. Estava chegando enfim no final do labirinto de Ariadna. O que ele iria encontrar no centro? Caminha até o varandão e para derrepente com o latido grosso e feroz do Cadelão.


--Quieto Cadelão! Está me estranhando cão filho da puta! Respeita-me!Parece um monstro. Para trás!


Disse Nino com autoridade. Cadelão não obedece. Começa a correr para atacá-lo latindo grosso, rosnando furioso.


--Quieto cão filho da puta! Quer enfrentar o inferno? Pois bem vou fazer o teu jogo  animal!


Cadelão tenta avançar em Nino. Este da um chute certeiro debaixo do queixo. Cadelão geme e cai. Nino desfere sobre ele outros chutes no focinho. Cadelão se levanta com os olhos esbugalhados, vermelhos de ódio com a boca cheia de baba misturada com sangue e algumas penas brancas...


-O que é  isto na boca deste cão? Sangue e penas brancas? Nino O Gordo, deu um grito no inferno.


-- Que diabo, fazem essas penas brancas na tua boca negra animal? Oh!São as penas da minha ga –lin -ha cocótinhaaaa!


Gritou correndo para a varanda onde ela o esperava deitadinha... Não estava lá. Segura a cabeça com as mãos balançando nervosamente, desesperadamente. Da finalmente o grito de quem perdeu tudo!


--Cadelão comeu Cocotinha! Cão dos infernos você vai ver o diabo!


Nino se transforma. Agarrou e levantou o animal pelas orelhas. Levou até o templo dos sacrifícios. Jogou em cima da mesa do altar do seu santuário. Arrancou a coleira com a cruz de São Bento e a jogou para a cobra. Cadelão se debate, rosnava quase se engasgando com as penas brancas da galinha. Era uma luta demoníaca, mas em vão. Nino pega um frasco de veneno e enfia pela goela do animal. Amarra suas pernas traseiras. Prega o animal em X. Em seguida tira o seu afiado punhal para dar inicio ao ritual da magia negra. .Uma oferenda aos seres das trevas. Começou dizendo:


--Ó seres malévolo venham todos.


Eu sou o mestre da lança de Longinus quem chama!


- Eu sou o príncipe sobre a terra e dos mundos inferiores.


Eu ordeno e tudo e feito.


Alerta, todos os demônios perturbadores!


Alerta, pois agora estou ordenando!


Eis o cordeiro de Deus que tirava


O pecado do mundo!


Levanta o seu punhal em forma de crucifixo de cabeça para baixo em seguida faz uma incisão circular no pescoço do bicho. O sangue escorre. Nino enche a taça de sangue e a levanta dizendo:


Eis o sangue do cordeiro traidor!


E bebe e o sangue das imundícies.


Faz em seguida outra incisão da parte inferior da mandíbula em linha reta dividindo simetricamente até os órgãos genitais. Cadelão grita e geme. Parecia até gente Nino castra o animal e joga o órgão genital para a cobra nadis. Era o fim do preto cadelão. Ele Tenta se debater. Mas não tinha força. Nino faz uma incisão na parte central da barriga. Enfia as mãos para arrancar por fim o couro de Cadelão. Era o seu castigo por comer Cocotinha. A sua branquinha. Cadelão balança a cabeça como se quisesse dizer, não. Ou quem sabe perdão.
Cadelão deveria saber: Diabos não têm pena... Diabos não perdoam... Porque diabos não amam! Nino estava provando isso para ele.
Dá um puxão e retira o couro preto do animal para finalizar o ritual dizendo:


Eis o corpo do cordeiro que usa o preto e o crucifixo para enganar!


Venham demônios para a ceia!


Ó tu, espírito horripilante,


Que o teu olhar vermelho olhe para quem eu ordeno.


Ó seres daninhos e malfeitores


Sai de vossos abismos e primitivos lugares


E obedeçam rápido ao meu chamado


Ó espíritos perversos obedeçam-me!


Cadelão, cadelão, menosprezas-te meu poder na terra,


E trais-tes o mandamento de não fornicar com a galinha do teu próximo.


Pecastes também pelo teu manto negro dissimulado seu traidor dos inocentes!


Eu te retiro o sopro da vida


Eu te lanço no abismo das trevas


Para que erres eternamente esquecido dos vivos e dos mortos!


Cão traidor fora do templo e desse mundo!


Eu te aniquilo neste momento.


Nino transfigurado transpassa com o punhal o coração do animal pecador.


Formas demoníacas surgem no ar voando saudando Nino.


O animal sangrando, estremece de pavor ao ver, tantas almas malditas o levando. Baba. Abre a bocarra e num latido surdo dá o seu último suspiro mostrando os seus terríveis caninos que comera Cocotinha sem pena. Sim, sem pena... Sem nada...

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