segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A BATINA DO CELIBATÁRIO

                                            


























 A BATINA DO CELIBATÁRIO






PORTUGUAL


SANTA INQUISÇÃO - 1585






As duas árvores foram plantadas há tempo. Enfeitava de maneira sutil a


frente do casarão paroquial. Ao longo dos anos muitos passavam por


elas e não percebiam. Apesar do silêncio em algumas manhãs certamente


à tarde e nas madrugadas elas balançavam seus galhos provocando com o


soprar dos ventos, um uivar como de lobos em noites de lua cheia. Na


madrugada antes que o por do sol raiasse os galhos paravam de


balançar. As duas árvores deixavam folhas caídas, desarrumadas como


lençóis na cama na cumplicidade elas guardavam mistérios e segredos.


Dentro da casa paroquial os dois murmuravam juras de amor. Trocavam


beijos. Um amor sem preconceito. Até porque no amor o preconceito não


existe! Apenas na paixão. O amor foi tanto que deu um fruto oculto!


Para muitos fruto do pecado. Mas o que importa o pecado se o fruto é


bom? E o pecado que se comete é melhor ainda?


Ela queria pecar. Sim, por que não?


Era um amor de uma santa e de um santo.... Era um pecadinhooo. Ele


como intermediário de Deus a perdoava em confissão e pronto.


Quando o olhava o seu padre via nele a imagem de São Bento o protetor


das cobras. Usava até uma medalhinha abençoada entre os seios ainda


firmes para serem mamados pelos lábios do seu macho leal.


-Vem meu amor!O tempo é curto para o que eu tenho para te dar...


Dizia Auxiliadora tirando rapidamente suas roupas. Primeiro seu


vestido branco. Ela gostava de usar roupas brancas. Depois tirava as


outras peças fre-né-tica-mente agarrando os cabelos dele dizendo:
-Vem logo, vem logo!Estou nervosa... Louca de excitação! Jogava o


manto negro no chão. Tirava a calçola.... A calçola bran-quinhaaaa.


Então tomada por aquele desejo o abraçava com seu corpo suado a veste


casta preta do seu anjinho milagroso. Por que não? Anjos caídos


também amam! Ela da um grito olhando nos olhos de seu santo anjo.


-Sabes que sou tua em nome do pai e do filho. Meu cadelão incitatus!


Pula em cima dele em cavalgada!


-Diga que tu me amas. Digaaaa!


Da um tapa na cara do padre. Este vira a outra face. Ela bate com mais


força e tesão. Depois pergunta:


-Os meus seios são belos e grandes? Digaaaa!


-Sim!! São lindos minha bran-quinhaaaa..


Ela então dava gargalhada de tesão pedindo:


-Desvenda-me em minhas entranhas meu cadelãoooo!


Quero te dar no bordel das putas! Eu quero trepar contigo no


puteirooooo! Gritava ela toda suaada!


Aquele momento era a certeza que a sua verdade estava numa penetração


profunda no seu mundo interior. O centro do furacão estava nele. No


meio da tempestade murmurava por fim o seu gozo no único ponto secreto


que os dois amantes compartilhavam. Bento tem um sobressalto. Seu


corpo se contrai sentindo as esporas da sua fêmea tesuda.


De um salto, endireitou-se olhando para a face da sua branquinha que


dava o seu ultimo grito de liberdade.


-Ahahahahahah!Meu cadelonis incitatus eu quero mais!Diga que eu sou sua puta?


- Que é isso Dorinha? Você é uma santa de mulher!Minha santaaaa!


-Oh, meu amor santas oram nos pedestais. As putas gemem ou gritam de


tesãooooo!Sou tua...putaaaaaa!
O beija como louca no pescoço, cravando as unhas na batina suada.


-Agora vem, vem meu preto! Tire essa batina de uma vez e vem...


Ele respondia sério, incontestavelmente firme, dentro dos padrões canônicos.


Nesse ponto ele era rigorosissimo e até brutal.

-- Não me peça isso Dorinha!A batina nãoooo! A batina eu não tiroooo!


Eu sou ce-li-bata-rioooo! Vou repetir. Eu sou celibatáriooo!

Exclamava cheio da verdade da hipocrisia de sua convicção religiosa.


-Vem assim mesmo, meu negãoooo. Ai, ai, ai, ai-ai-ai depre-ssaaa...


Mais depressaaaa! Não para nãoooo!Continua que tá gostosooo... Ai...


Ai... Ai... Você me deixa molinha, meu preto cadelão. Veem... Ai...


aiaiaiai! Eu sou uma puta de uma santaaa!


Dava um grito assustador. Depois mordia o travesseiro e só se ouviam


pequeninos e sutis gemidos. Assim padre Bento, como um Cadelão


insaciável e impecável, lambia o corpo delicioso da branquinha a


comendo sem pena. Sim, sem pena... Mas de batina... Dizia ele


finalizando seus atos:


-A batina nãoooooo! A batina eu não tirooooo! Eu sou celibatárioooo!

Na mesma hora, sem ao menos perceber as duas árvores balançando seus


galhos, Nino passa na rua e esbraveja:

-Porra, que merda de galho a cair sobre a minha cabeça!


Os galhos sutis de uma louca trepadeira. Por que não?

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