segunda-feira, 4 de julho de 2011

A MORTE DE UMA SANTA



                 A MORTE DE UMA SANTA


Portugal- 1585 Santa  Inquisição


O INQUISIDOR


Devo deixar bem claro o julgamento deve transcorrer na mais aparente ordem para que a história não venha dizer que levamos para a fogueira milhares de inocentes. Essa mulher deve ser queimada junto com o livro dos Magos de Santa Ana. Vejam esses desenhos? Heresias... Blasfêmias! Mulher, ninguém na face da terra conhecerá a tua verdade!


(Neste momento entra o soldado da inquisição e entrega uma denuncia).


O INQUISIDOR


Senhores, acabo de receber uma denuncia que está ligado a esse julgamento. O acusador pede o anonimato. A delação foi movida pela fé na Santa Madre Igreja trazendo uma lição: De que os traidores da Gênese não podem ficar encobertos!!!!!


O SOLDADO


Trouxemos a prova do crime: esse tapete bordado.


O soldado abre o tapete e  estende no chão..


-ÓÓÓÓÓÓÓ!


Uma mulher deu um grito de pavor e desmaiou! Outras mais curiosas só tamparam os olhos depois de se deliciarem com a obra de arte herege.. Varias freiras sendo empaladas de quatro por anjinhos. Padres fornicando dentro do confessionarios. Uma sacristia com criancinhas estudando catecismo e acariciando os órgãos genitais dos padres que olhavam para o céu perdoando os pecadores com suas indulgências. O inquisidor com olhos de indignação tapou o rosto e deu um grito de revolta:


O INQUISIDOR


Soldado cubra essa blasfêmia para que eu possa jogar sal grosso e água benta nessa obra satânica!!!! Guardas prendam a possuída!!!!


O SOLDADO


Senhora Luana dos Pintos considere-se presa por ordem do Santo Oficio.


AS AMIGAS SANTAS


OOOO-QUE-EEEE? ???? CUUUUSS IN CREDUS! ÓÓÓ! Luuuuaaaniiinnha é santinhaaa! !!!!!


O INQUISIDOR (Apontando o dedo para a esquálida bordadeira)


-Bruxa transformista! Sua máscara caiu!


(Um jovem se levantou e disse:)


O JOVEM


Essa bruxa queria me possuir! Ofereceu-me carne de veado rosado! Vestida de cigana olhou nas cartas e disse que estava escrito que eu me casaria com uma bor-daaa-deiiirrra!Ela me enfeitiçou genteeeeee! Tô sentindo uma coisa estranha dentro de mim... Aaaahhhh!


O jovem cai no chão se debatendo e babando. Era o prelúdio da balburdia.


O INQUISIDOR


Tragam a bruxa!!!!Os Inocentes estão sendo acometidos de sortilégios.


Uma santa revoltada aos berros:


Gente depressa-depressa Luana precisa de um habeas-corpus!!!!!


(Uma velhinha da bengala se levanta irada)


-O meu coração não aguenta tanta sacanagem! Essa nunca foi mulher! Que hábeas-corpus? Ele tem que ser arrombado com a pêra anal! Abram as cortinas! Eu quero assistir de camarote todos os atos dessa cena!


O SOLDADO


Senhor inquisidor as santas estão enlouquecidas!O tribunal está cheio de sodomita!!!!!!Isso aqui parece uma passeata rosadaaa!!! 


(Tumulto dentro do tribunal. Luana tenta fugir. Pede so-co-rro a Fredo. Mas esse se debanda para o outro lado do inquisidor falando grosso e fino. Tinha se esquecido que estava travestida de Carlota.Tentou esconder a face com os cachos da peruca. Corre para junto de um grupo de beatas para se ocultar melhor. Peida e abre nervosamente seu leque cobrindo o rosto e gritando com voz de macho: )


CARLOTA


Prenda esse veado rosado!


Luana olha para ele com ódio.


LUANA


Carlota sua bicha traidora! Estrela decadente! Deu o seu poderoso falsete:Veeeeeeeeeneeeeenooooosaaaaaa!


Porradaria geral. A briga das santas amigas enfurecidas. Umas falando grosso que nem macho e outras gritando fino.


O INQUISIDOR

-Ordem!Ordem!Silencio dentro desse tribunal.


Vários homens de preto encapuçados invadem o tribunal armados com espadas e pistolas. Dão tiros para cima e gritam:
-Todos quietos! Rendam os guardas.
Um deles caminha até Carlota e entrega elegantemente uma espada.


O ESTRANHO


Chegastes ao centro do labirinto. Eu sou o Minotauro. Defenda-se! Começa no interior do tribunal a luta de Carlota com o seu monstro. Sua vida ou sua morte? Carlota com uma das mãos levanta a ponta esquerda do vestido. Fica na posição de esgrimista. Estende a perna esquerda para frente realçando os sapatinhos de salto agulha quinze, tamanho quarenta e seis. Com a vóz indefinida fala para o adversário: (com vóz de macho)


CARLOTA


Vou mostrar quem é Carlota a poderosa! (Com voz de fêmea)


O barulho e as faíscas das espadas eram ouvidos por todos. Carlota trepa na mesa do tribunal do seu palco. Sim, o seu palco! As cortinas estavam abertas e o teatro lotado. Aquela era o ato da sua peça ´´O NOSSO ESTILO´´ Carlota da um golpe certeiro e fere no braço seu adversário. Era boa esgrimista e tinha feito balê. Sabia dar saltos de gazela com perfeição. Apesar de estar um tanto gordinha. Os dois cruzam as espadas e ficam cara a cara. Derrepente o seu lado feminino se manifesta quando ela segura os braços fortes do homem. Ah! Era uma pena matar um fortudo gostosão! Devia ter um membro... Que loucuraaaaa!!!!! Mas logo o lado de macho fala mais alto. Carlota fala grosso:


CARLOTA


Retire a máscara que encobre a tua verdadeira face odiosa! Eu mato a cobra e seguro o pau. Ai que cabeça. Eu mato a cobra e mostro o pau. Ai gente que dúvida! Eu seguro a cobra e como o pau... De qualquer jeito. O mascarado confuso tentou corrigir a frase e se desconcentrou da luta e... Carlota se aproveita e da uma rasteira e o homem cai. Acerta os cachos da peruca que encobria um dos olhos.. Grita:


CARLOTA


Sou a poderosa... Tudo pelo reino das santas! Corre e da um salto de gazela para desferir a estocada fatal no coração do adversário. Mas quando bate no chão o salto agulha quinze do sapato não suporta seu peso e quebra.


AS SANTAS


Óóóóóóóó!Carlotinhaaaa caiu! (Ela é ferida com a própria espada.)


CARLOTA


Eu mesmo me feri!Que é isto gente? Ah! Foi essa merda de salto!O meu leque! O meu leque! !!!!!


Na confusão os mascarados pegam Nininho e fogem. (Nino desesperado grita;)


NINO


Levaram meu Nininho.


Auxiliadora cai desmaiada. É socorrida pelo o padre Bentinho. (A velha de bengala se levanta furiosa;)


A VELHA


Eu quero assistir essa obra chamada vida!No final da peça todas as máscaras caem.


PADRE BENTO


Faço da tua dor a minha dor. Onde está o pai do teu filho?


AUXILHIADORA


Ah! Como é bom saber que nessa hora um filho tem um padre por quem orar.


PADRE BENTO


Pai nosso que estais no céu... Perdoai nós os pecadores...


AUXILHIADORA


Vejam as faces são as mesmas. Veja Nino está lá ajudando as pessoas. É um ser humano quase perfeito, apenas não acredita em certas verdades.


Nino vai com o inquisidor até Carlota.


LUANA


Eu quero me despedir da amiga. Eu como homem...fico orgulhosa de ver a sua mulher... como homem.


CARLOTA


Somos o que somos. Quem pode nos mudar? Será que queremos mudar? Oh! Máscaras...Até quando vamos usá-las?


LUANA


Lutastes com a elegância de uma mulher. Talvez seja essa à hora de ser o que realmente somos.






CARLOTA






Sinto que vou partir Luana. Veja que destino!Ferida mortalmente pela minha própria espada. Gente eu quero o meu leque!

Luana entrega o leque para Carlota. Ela da uma porrada com seu leque no chão e diz:


CARLOTA


Que merda! Isto é hora de sair de cena. Quem escreveu esse roteiro? Luana você que é metida a intelectual quem escreveu essa cena? Eu tenho estilo,ati-tu-deeee! Como posso sair de cena do meu reino morrendo inconformada sem ao menos dar um pouco do meu talento ao meu último ato?






( Algumas santas tentam consola-la explicando que o roteiro da vida é incontrolável.)


CARLOTA


Estou partindo minhas santas. Luana cante um réquiem como nunca cantastes. No final de o seu falsete.


Luana sobe na mesa do tribunal coloca as mãos no coração e da uma nota aguda como um grito de dor.
-Aaaaaaaa-aaaaeeeeeeeeiiiiiiiiiiii.
E começa de forma linda o seu ´´Requiem para Carlota´´. As lágrimas escorrem da sua face esquálida dando a cena a tragicidade pedida. O público se emociona.


Uma senhora gorda e suada fala para o marido:


-Olha o meu braço? Estou toda arrepiada. Uma ópera de Mozart! .


NINO


Traga-me soldado um pano molhado para que eu possa remover a pintura da santinha e  retirar a sua peruca.


CARLOTA


Não dá mais para tirar a peruca nem a minha máscara. Está é a face verdadeira de Carlota. Ela é o símbolo do palco do meu teatro.. Fiz bem o meu papel nessa comédia chamada vida? Nela fui justo ou fui cruel? Fiz bem o meu papel nessa comédia chamada vida? Respondam! Se gostaram eu quero aplausos!


O povo aplaude. Calota geme de dor e diz:


CARLOTA


É o fim do meu último ato desta peça chamada ´´vida´´.
Vida dos incompreendidos, dos perseguidos, dos torturado
dos traidores e dos crucificados.
É a história da falsa moral.
Fui traído ou fui traidor ?
Quero mais aplausos!


Nino cai sobre o peitos de Carlota e diz:


NINO


Carlotinha você está muito mal. Gente estou emocionado... Acho que vou chorar...gente eu estou passando... o mal. Ah melhorei já passei... o mal.


Tira o lenço do bolso enxuga os olhos e limpa a impertinente saliva que escorria das comissuras da boca.


NINO


Acalme a tua alma.Você já está com um pezinho dentro do meu reino... está até gordinha e manquetinha... O meu reino agradece...






CARLOTA (moribunda)








Eis que ela vem chegando,


Sem pedir licença a invadir-me.


Oh! Morte intrusa, morte!


Figura nefasta, misteriosa,


descarnada, Carcomida,


espantosa e implacável.


Afasta a tua figura macabra


em respeito


aos dignos poetas do palco da vida.


Vem, porque em mim não terás mais abrigo.


Assuma o aspecto da bela dama que parte


Levando consigo os amores eternos da vida.


Oh! morte... Essas damas não choram quase nunca!


Quando choram há um silencio mudo, sufocado


Capaz de transformar um simples olhar


em um breve murmúrio de adeus.


Eu sou Carlota, filha dos nobres,


santa por opção e devoção.


Trago no peito a estrela rosada


como protesto de todas as rosas queimadas.


Parai todos a morte de uma santa tem estilo


é o nosso estilo...


Santas... Acabo de ferir fatalmente a morte intrusa morte!


Óooooohhhh...(suspiro)






LUANA ( da o seu falsete)


Ahahahahah!


Carlota peida.. suspira e fecha a cortina dos olhos. O seu leque inseparável aberto sobre a face deixa amostra apenas os olhos fechados da sua ultima cena.

domingo, 1 de maio de 2011

A IGREJA NÃO É LICITO MATAR




                                     A IGREJA NÃO É LICITO MATAR
TEXTO DO LIVRO OS MAGOS DE SANTA ANA
PORTUGAL- INQUISIÇÃO-1585

 O pavor mais uma vez estava na mente da população com a prisão sumaria de mais um herege Nelton Ramalho conhecido nas noites e no bordel de Miay como Luana do Pinto. O povo mais ávido pelos espetáculos da fogueira levaria para as mãos do carrasco um sodomita, aliado do demo. Luana, uma ora ria dando altas gargalhadas outra chorava desesperadamente implorando pela piedade. Ela dizia com uma voz grossa:
   --Eu como homem!
Os encarcerados acordaram assustados dizendo:
   -- Está com a coisa no corpo. Está possuída! Cruz credo!
Os presos batiam nervosos os pratos nas grades fazendo um barulhaço gritando:
 - O Cabra do demo já possuiu a Luana! Chamem o padre Manquinho ´´o exorcista´´!
 Luana para de gritar e começa a esquentar a voz procurando sua afinação correta.
 Do- ré- mi -fá -sol- lá -si- dó.
Repetia seguidamente procurando a afinação  certa para começar o prelúdio do seu ´´réquiem, DIU IO COMU HOMU. Sim, ela não morreria como uma  qualquer. Cantaria para mostrar elegância, delicadeza, cultura e também indiferença até na hora da morte para os que não sabiam dar valor a arte de um sodomita! Aquela seria a ópera das queimadas, empaladas, enforcadas. Sim, quantas coisas ela foi obrigada a engolir pela vida. Foi também um pouquinho cruel. Tinha destilado veneno em muitos corações. Lembrou de Ariadne. Pensou em se enforcar... Mas não teve coragem. O suicídio pode ser o fim de um tormento. No caso o seu tormento estava começando. Além disso, bicha enforcada é  uma decadência total. Lembrou da mãe que odiava.  Cega nojenta! Mas a velha não era tão má assim... Apesar das porradas e dos gritos da mãe, ela não merecia tanto Por isso ia morrer virgem. Ele como homem... Não tinha sido possuído por nenhuma mulher! É verdade! E a moral? Ah! A moral... Os bons são os justos na face da terra. Ela não era boa, portanto não era justa. E os justos da fé estavam ali para mandá-la para o fogo do inferno não do céu. Luana fica pensativa... Quem seriam seus delatores? Isso ela nunca descobriria. Cansada Luana adormece sem ver o último nascer do sol que iluminava  suavemente as correntes e os lindos sapatos que ela daria os últimos passos até o queimadoro.
 Teve um sonho. Dançava linda, formosa, elegante, travestida de espanhola com os cabelos presos a la chirol. Uma dama.!Seu acompanhante vestido de toureiro ao invés de dançar com ela tinha uma cara rude e duas espadas erguidas para furá-la. Ela fugia até que ficou encurralada por um touro negro e acordou. Que pesadelo!Voltou a dormir.
 Os sinos da igreja badalavam 6 horas. A multidão aguardava a chegada para subir ao palco  ´´o rei dos bordados´´! A transformista devassa e herege para o grande espetáculo que a natureza humana não podia perder. Luana, aparece na rua principal ao longe. O povo grita:
-Herege transformista!
 Ela caminha ladeada pelos soldados. As batidas dos tambores aterrorizavam os presentes. O povo fica em silêncio. Olhou para o seu vestido de dançarina de passo doublé. Ah! Os seus vestidos... Como era bom desenha-los, cortar delicadamente os tecidos costura-los com agulhas de ouro firmando os pontos nos dedais até chegar à obra prima final. Que prazer era vesti-los à noite rumo às madrugadas no bordel para ser admirada. E tal qual a mais provocante mulher tiraria peça por peça até se mostrar nua... Assim podia se sentir mulher. Possuída pelo macho admirador de sua obra. O  artista não pode ter falsos pudores de expressar com  liberdade o valor de sua  arte mesmo sabendo que  sua criação poderá ser amada ou odiada Uma mulher forte com uma vassoura na mão grita para Luana;
-Tem que ir para a fogueira mesmo!
Ela vira o rosto. Caminha elegante ,firme ,com seus sapatos grandes de rosa claro combinando com seu vestido rosa forte. Ela enfim se sentia fiel. Não abandonou a sua arte. Não foi venenosa.Não a traiu. Morreria com a sua criação. Era  o Génesis.
 Luana desfilou maravilhosa, aparentemente serena, segura de não dar trabalho ao carrasco. Ao atravessar a praça percebeu a porta que ela tinha aberto.. Era tarde demais para mudar suas escolhas. O seu roteiro estava chegando às últimas cenas. Ela sobe os degraus do queimadoro. O carrasco estende a mão para ela. Luana sobe de mãos dadas com o carrasco. Começa a cantar o réquiem.Depois dá um poderoso agudo.
 -Ahhahahahahahah!!!
 Que palco! A praça cheia! Qual o roteiro do seu último ato?
O povo aplaude e fica em silêncio.  Nisso chega a sua mãe dona Margarida ´´a cega´´ e grita:
 --Por favor, santo inquisidor, clemência por meu filho. Tendes compaixão. Meu filho não faz mal a ninguém.
 A velha quase cai se não fosse amparada rapidamente por Nino o gordo.
-Gente a cega não vai aguentar ver o filho morrer queimado. Eu acho...  Acho... Que  estou passando... O mal!
Nino e dona Margarida cega´´ são amparados.
Nino
--Obrigado, acho que já passou... O mal. 
 O carrasco  vestido de preto com um capuz enorme com olhos avermelhados, coloca Luana de quatro com o peito amarrado em um banco. Suas perninhas magras começam a tremer.. Aquilo estava começando a ser aterrorizador. O carrasco amarra as suas mãos nos pés do banco. A cabeça fica para fora, solta. Luana  desesperada com seu pescoço para fora do banco sem apoio e de quatro. Oh!Uma dama de quatro! Ele levanta a saia de Luana. Tira uma faca e corta suas calçolas deixando a bunda magra a descoberto. Em seguida passa azeite nas partes intimas.
 O Santo inquisidor  também conhecido na Espanha com´´ el loirone ´´chega até Luana, se ajoelha ao seu lado e fala baixinho em seus ouvidos como se estivesse orando para ela. Pega o pequeno saquinho onde guardava um pouquinho da terra e das cinzas da  pátria querida. Cheira e da um beijo. O povo murmura:
 - Silêncio! O santo inquisidor esta fazendo uma prece para a besta transformista. Está pedindo o perdão para a alma sodomita.
 Don Lascaro ergue as mãos. O seu serviçal entrega o  cálice de vinho. A sua mão com o anel cardinalício se fecha no cálice com o ´´arbitrium.´´ Ele toma. Levanta a sua capa elegantemente. Da dois passos e depois gira no sentido anti- horário em torno de Luana. Estava simplesmente dando os passos finais de sua dança preferida: passo doublé´´. Na mão direita segura o  crucifixo como  uma espada para a estocada final. Chega até Luana e segreda no seu ouvido:

 O INQUISIDOR

- Besta transformista!Lembra quando me tentastes? Lembra, quando quisestes forçar a quebrar a minha sagrada dieta da carne? Lembra quando eu disse que um dia poderia sucumbir a tentação, não para comer carne de veado, mas sentir o cheiro envolvente produzido pelo fogo queimando vagarosamente este teu  rabo do demónio? Acredite vou cheirar a tua carne´a la torquemada´e pendurar a tua cabeça como enfeite. Sabes qual é o teu maior pecado? Em tua vil arrogância tentastes ferir o grande criador. Tentastes mudar a própria génese! tentastes criar com a inspiração do demónio uma nova criatura. Este é o seu pecado. Vá para o inferno! Em nome de patri, di fili e di espirit santi....
 Ele se levanta joga água benta em Luana que aterrorizada já tinha se mijado e cagado toda.

LUANA
-Piedade!
 Gritou: Deus tende piedade de mim!
-Coitadinho do seu filho dona Margarida
Nino cambaleia e se apóia em um velhinho e quase o derruba.     
NINO O GORDO                                    
Gente estou passando o mal... Acho que vou passar o mal... Me segura dona Margarida vou passar... O mal.Passei!!!
 Nino segura dona Margarida
Como é bom nessa hora ser cego dona margarida.
 O carrasco  empala  Luana com uma pêra anal. Ela geme. Que dor miserável era aquela. O fogo começa a consumir sua parte inferior. Ela grita de dor e  pavor.
O inquisidor olha para a cena e pensa:

O INQUISIDOR

-Até na hora da morte essas criaturas são cômicas.. Não consigo conter meu riso. Acho que vou dar uma gargalhada. Esta cena parece uma comédia.

Se ajoelha rapidamente pega seu terço coloca entre as mãos e cobre a face. Soluça alto varias vezes acompanhado de um aparente choro.
 Prendeu tanto a gargalhada que duas lágrimas caíram de sua face. Retira lentamente as mãos dos olhos.... Olha a cena.Vinha a incontrolável vontade de rir que acabou caindo de  cabeça no chão. Uma velha beata comenta com a amiga:

A BEATA
-- Meu Deus daí força ao santo inquisidor de carregar essa cruz.
 Corre para ampará-lo.
--- Ele está chorando. O santo inquisidor está cho-ran-doooo!
 O inquisidor se levanta. Toma mais um cálice de arbitriun e sobe calmamente até o grande palco.
  O povo grita.
 - Morte ao herege transformista! Queima Jesus! O santo inquisidor olha para o carrasco faz um gesto com a mão.
Luana olha para os olhos de seu carrasco. Nota que entre as sobrancelhas negras escorria uma gota de sangue. O carrasco fica na frente de Luana. Se apóia em  um dos pés. A sua figura era aterrorizante. Segura na mão esquerda uma taça de pedra suja de sangue. Na mão direita o seu instrumento: um afiado machado.
Luana grita:
 --Um machado!
 Ele abaixou o pé. Quando bateu no chão toda a terra tremeu. Diante do horror daquela figura Luana a reconheceu. Ela reconheceu o seu carrasco! Ainda grita:
 -Eu não quero mais ser um raktavaji! Mami me salva!
 O santo  inquisidor olha para o carrasco e diz::
 -A igreja não é licito matar. Nós não queremos sangue.
Luana então da um grito com seu poderoso falsete, com suas últimas meias frases de falseta... A sua confissão:

--Eu  commmmmmmooooo homemmemmmm e não mulher!!!!
Dona margarida recupera a visão e olha o filho vestido de mulher.  Grita desesperada:
 Não era um falsete. Era um grito sem cegueira.
 —Meu filho é um viado! Um sodomita boqueteiro!
  O machado corta o pescoço de Luana, sem compaixão, sem piedade, sem perdão que cai rolando no cesto ensanguentado.. O carrasco pega a cabeça de Luana. A boca estava aberta com o seu último grito. Os olhos arregalados  mexeram quando o carrasco mostrou o espetáculo a platéia. Encheu a sua taça de sangue e bebeu prazerosamente gota por gota.A igreja não mata, mais bebe o sangue de suas vitimas.
 O fogo sobe consumindo o corpo de Luana, sua arte, a sua obra. Era o seu castigo, sob a inspiração das mãos do seu próprio terror.

segunda-feira, 28 de março de 2011

TU ÉS A CRUZ QUE EU CARREGO



TU ÉS A CRUZ QUE EU CARREGO

Conto extraído do romance o Mago de Santa Ana de Ruy Crespo


Portugal - Santa Inquisição- 1585

O cão do demônio estava morto. Atrevido! Inconsequente! Comer logo a sua galinha cocótinha!
Pensou Nino falando sozinho. Entra calmamente em casa. Olha a sala
Como se estivesse procurando algo de importante Joga no chão o couro
preto do animal. Pega uma garrafa de vinho. Enche o copo até a boca.
Bebe tudo. Tira o lenço com a mão ensanguentada e enxuga a saliva.
Corta com o punhal um pedaço de pão para comer e beber com vinho.
Senta na cadeira de balanço pensando. Depois canta uma canção. Levanta rápido e decidido. Vai até o quarto de casal. Abre a porta. Vê
Auxiliadora nua, branquinha, ajoelhada fazendo suas orações. Parecia
até uma santa. Em cima do oratório a bíblia dizia:
Não servirás a dois senhores. Nino entra e senta na poltrona. Fica
olhando Auxiliadora ajoelhada nua diante do seu santinho preferido.
Era devota incondicional de São Bento. Ele levanta e vai até o
espelho. Enxuga a saliva que estava escorrendo como nunca do canto da boica. Quando tira o lenço e olha para o espelho vê refletida a imagem de Ariadne nua.
Mas era uma visão já perdida. Ele olha novamente para o espelho e vê
a cabeça de Auxiliadora cheia de cobras. Toma um susto! Aquilo não era
o delírio do vinho. Era a sua realidade. Reclama consigo:
- Oh! Este corpo que carrego é tão maldito quanto os meus olhos
enganadores que só mostrou a minha alma decaída o que a paixão quis ver! Malditos olhos da paixão por que cegas à sabedoria?
Olha para Auxiliadora. Ela abaixa o rosto e beija os pés do São Bento.
As cobras da sua cabeça sibilam enrolando no seu santo protetor.Nino
a olha desfigurada no espelho e diz:
-- As máscaras covardes traidoras apenas dissimulam porque um
dia revelam a natureza verdadeira dos seus donos. Reza mulher! Reza
mesmo!
Auxiliadora acende as duas velas do candelabro. Nino sorri sarcasticamente a olhando pelo espelho.
--Reza comigo mulher, a oração que o teu anjo ensinou.

-Ó mãe
Cheia de graça
O espectro está agora convosco
Maldita sois vós
Entre todas as mulheres
Maldito é o fruto
Que pariste como meu
Que não viu a luz
Maldito  somos nós
Contra essa pecadora.
Que condenamos
Hoje e sempre na hora da nossa  morte...
Na hora da nossa morte...

Nino exclama:
-Mas por que eu não consigo dizer amém? Bem necessidade tinha de bênção, mas o amém ficou-me colado na garganta!

O oratório começa a fazer um barulho estranho. As duas pequenas portas
 abrem violentamente. Auxiliadora fica de cócoras. Molha o pão no
vinho do seu  padre. Come. Limpa a boca e fala:
- Qual é a dúvida meu preto? Você não é o pai?
O frasco vibra provocando rachaduras! O feto abre os olhos diabólicamente de repente!
Nino falar:
--- Como posso negar o que nunca abandonei?Mas isto não torna a
mentira uma verdade. Sabe Auxiliadora em todo esse tempo não
encontrastes seu verdadeiro lugar. Criaste uma pocilga para viver e
morrer. Tiveste varias chances e não aproveitastes. Isto é o teu mal. Muito mal! O mal agora está contigo. Vejamos se tua fé te salvará. Isto também pouco importa. Em qualquer dos casos haverá sempre um punhal. Joga o punhal ensanguentado com a carta em cima da cama para Auxiliadora ver. Ela responde:
--Nobre senhor, vos ofende a vossa altiva coragem, pensando nas coisas
com doentia imaginação. Ide, procurai água, apagai esse repugnante
testemunho da vossa mão.
Nino olha suas mãos sujas de sangue. Auxiliadora fala com raiva para ele:
--Por que tirastes os punhais do lugar de onde estavam? Levai-os e
manchai de sangue os camaristas adormecidos. Este crime tem de parecer
cometido por eles. Ariadne já esta condenada pelos romanistas?
 Nino reponde sério:
- Como as chagas do próximo são motivos de risos e ironia até na hora
da morte quando pagam pelos pecados alheios.
Ela olha e fala ironicamente:
-- Ó homem simplório! A filosofia não cai bem a um general! Na
verdade você sempre foi um coronel de merda! Estais perdendo a guerra.
Da uma gargalhada sarcástica!!!! As cobras da sua cabeça sibilam alto.
-O teu jogo tirano acabou! Fizestes uma aliança comigo. Lembra?
--Pobre Auxiliadora, nunca me ajoelhei contigo diante do altar de
Deus! -- A história mulher é a mestra da morte. Há séculos que lhe
manuseio as páginas. Cada dia que passa maiores são as surpresas que
ressaltam a minha alma. Você ficou jogando o tempo todo entre o templo
e a prisão. Reza! Quem sabe você vai para o céu?
Auxiliadora continua ajoelhada de costas. Vira o rosto para ele com
raiva e nojo. As cobras abrem as bocas sibilando mostrando seus dentes
cheios de veneno.

-- Sim, nojo! Quanto tempo aguentou aquele homem porco velho
fedorento! Quanto tempo teve que se submeter às caricias repulsivas
por uma migalha de pão. Sim, não tinha dado a ele um filho. Não cruzou
o seu sangue com o dele. O seu filho era o seu aborto: Apophis Reltih!

NINO

-É Auxiliadora, você não me da escolha. Existem leis desde a queda dos
anjos que devemos cumprir. Há milênios tentamos encontrar a origem da
linhagem sanguínea sagrada. Está é a única razão pela qual
sobrevivemos neste fardo temporário das nossas existências. Você
quebrou uma de nossas leis. Não deixaste para este mundo o meu
herdeiro. Não espere de mim nenhuma tolerância.

AUXILHIADORA

-Fracassastes!Terás que voltar só Deus sabe quando. Só se for em  outra
encarnação!
Tomou o resto do vinho do padre. Passou o braço na boca
limpando e disse:
.--Saia da minha casa!
--Como é que é?
Ela foi direta:
 -Esta casa é uma pocilga!Um inferno com você! Devias morrer na fogueira! Saia da minha casa, diabo fedorento!
Ela disse entre lágrimas:
O frasco vibra. As rachaduras se rompem. O liquido viscoso branco amarelado escorre.
Auxiliadora da um grito de espanto e de dor! O vidro se quebra e o
homúnculo cai no ventre de Auxiliadora. Mexe-se com vida. Vira a face
procurando os olhos de Nino.
--Apophis Reltih eu te dou a minha vida! Veja Auxiliadora o fruto do
nosso amor?
--- Prove! Prove!
Disse Auxilhiadora com o feto no colo procurando seus seios.
Fala com lágrimas nos olhos :
-Você  nunca deu um litro de leite a minha criança.
Nino reponde com uma voz estranha e face mefistotélica.

-Você ainda não compreendeu a fome da tua vida infeliz?

Idiota! A  Palavra do Pai é tudo para uma criança! É o leite que proporciona o amor. Só os que mamam da Palavra são felizes. Você nunca bebeu da Palavra só regurgitaste o leite da mentira. Você é a prova da minha mentira. Eu sou o pai da mentira que você carrega mulher!  Au-xi-lhi-a-doressss você é judia!
O candelabro com as duas velas cai. As cortinas começam a queimar.
Auxiliadora grita desesperada:
--Vamos morrer queimados na fogueira!Coloca o feto na cama.
Nino responde:
--Diabos não morrem no fogo do inferno! Reza, quem sabe você vai
para o céu. Deus é ateu e o diabo é cristão.
--Nino tira a sua espada e da um golpe rápido degolando-a. Sua cabeça
cai nos pés de São Bento.As cobras ainda ficam por segundos olhando a face do seu implacável demônio.

Nino finaliza:
--Infeliz!
Diabos não carregam nenhuma cruz!

E cai  tomado pelo fogo do seu inferno!


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

VIDEO AMANTES ANTIGOS

TU ÉS A CRUZ QUE EU CARREGO


                                          TU ÉS A CRUZ QUE EU CARREGO






Portugal - Santa Inquisição-1585






O cão do demônio estava morto. Atrevido! Inconseqüente! Comer logo a minha galinha...Pensou Nino falando sozinho. Entra calmamente em casa. Olha a sala como se estivesse procurando algo de importante.. Joga no chão o couro preto do animal. Pega uma garrafa de vinho. Enche o copo até a boca. Bebe tudo. Tira o lenço com a mão ensangüentada e enxuga a saliva. Corta com o punhal um pedaço de pão para comer e beber com vinho.Senta na cadeira de balanço pensando. Depois canta uma canção. Levanta rápido e decidido. Vai até o quarto de casal. Abre a porta. Vê Auxiliadora nua, branquinha, ajoelhada fazendo suas orações. Parecia até uma santa. Em cima do oratório a bíblia dizia:


´´Não servirás a dois senhores´´. Nino entra e senta na poltrona. Fica olhando Auxiliadora ajoelhada nua diante do seu santinho preferido.


Era devota incondicional de são Bento. Ele levanta e vai até o espelho. Enxuga a saliva que estava escorrendo como nunca. Quando tira o lenço e olha para o espelho vê refletida a imagem de Ariadne nua.


Mas era uma visão perdida.Ele olha novamente para o espelho e vê a cabeça de Auxiliadora cheia de cobras. Toma um susto! Aquilo não era o delírio do vinho. Era a sua realidade. Reclama consigo:


-Oh! Este corpo que carrego é tão maldito quanto os meus olhos que só


mostrou a minha alma decaída o que a paixão enganadora quis ver! Maldito olhos da paixão por que cegas à sabedoria?


Olha para Auxiliadora. Ela abaixa o rosto e beija os pés do são Bento.


As cobras da sua cabeça sibilam enrolando no seu santo protetor.. Nino a olha desfigurada no espelho e diz:


-- As mascaras covardes dissimulam... Apenas dissimulam.... Porque um dia revelam a natureza verdadeira dos seus donos. Reza mulher! Reza mesmo...


Auxiliadora acende as duas velas do candelabro. Nino sorri sarcasticamente a olhando pelo espelho.


--Reza comigo mulher, a oração que o teu anjo ensinou.


´´Ó mãe


Cheia de graça


O espectro está agora convosco


Maldita sois vós


Entre todas as mulheres


Maldito é o fruto


Que paristes como meu.


Que não viu a luz


Bendito somos nós


Contra essa pecadora.


Que condenamos


Hoje e sempre na hora da morte...


Na hora da nossa morte...


Nino exclama:


-Mas por que eu não pude dizer amem? Bem necessidade tinha de benção!
Mas o amem ficou-me colado na garganta!
O oratório começa a fazer um barulho estranho. As duas pequenas portas se abrem violentamente. Auxiliadora fica de cócoras. Molha o pão no vinho do padre. Come. Limpa a boca e fala:


- Qual é a dúvida meu preto? Você não é o pai?


O frasco vibra provocando rachaduras sob o olhar diabólico do feto;


--- Como posso negar o que nunca abandonei?Mas isto não torna a mentira uma verdade. Sabe Auxiliadora em todo esse tempo não encontrastes seu verdadeiro lugar. Criaste uma pocilga para viver e morrer. Tiveste varias chances e não aproveitastes. Isto é mal.. Muito mal... E o mal está contigo. Vejamos se tua fé te salvará. Isto também pouco importa. Em qualquer dos casos haverá sempre um punhal. Joga o punhal ensangüentado com a carta em cima da cama para Auxiliadoraler... Ela responde:


--Nobre senhor, vos ofende a vossa altiva coragem, pensando nas coisas com doentia imaginação. Ide, procurai água, apagai esse repugnante testemunho da vossa mão.


Nino olha as mãos sujas de sangue. Auxiliadora fala com raiva para ele;


--Por que tirastes os punhais do lugar de onde estavam? Levai-os e manchai de sangue os camaristas adormecidos. Este crime tem de parecer cometido por eles. Ariadne já esta condenada pelos romanistas?


Nino reponde sério;


- Como as chagas do próximo são motivos de risos e ironia até na hora da morte quando pagam pelos pecados alheios.


Ela olha e fala ironicamente:


-- Ó homem simplório! A filosofia não cai bem general... Na verdade você sempre foi um coronel de merda! Estais perdendo a guerra. Da um sorriso sarcástico, As cobras da sua cabeça sibilam alto..


-O teu jogo tirano acabou! Fizestes uma aliança comigo. Lembra?


--Pobre Auxiliadora, nunca me ajoelhei contigo diante do altar deDeus! A história mulher, é a mestra da morte. Há séculos que lhe manuseio as páginas. Cada dia que passa maiores são as surpresas que ressaltam a minha alma. Você ficou jogando o tempo todo entre o templo e a prisão. Reza! Quem sabe você vai para o céu.
Auxiliadora continua ajoelhada de costas. Vira o rosto para ele com raiva e nojo. As cobras abrem as bocas sibilando mostrando seus dentes cheios de veneno.  Sim, nojo! Quanto tempo agüentou o porco velho fedorento! Quanto tempo teve que se submeter às caricias repulsivas por uma migalha de pão. Sim, não tinha dado a ele um filho. Não cruzou o seu sangue com o dele. O seu filho era o seu aborto: Apophis Reltih!




NINO


-É Auxiliadora, você não me da escolha. Existem leis desde a queda dos anjos que devemos cumprir. Há milênios tentamos encontrar a origem da linhagem sanguínea sagrada. Está é a única razão pela qual sobrevivemos neste fardo temporário das nossas existências. Você quebrou uma de nossas leis. Não deixastes para este mundo o meu herdeiro. Não espere de mim nenhuma tolerância.






AUXILHIADORA


-Fracassastes!Terás que voltar só Deus sabe quando. Só se for à outra encarnação! Tomou o resto do vinho do padre. Passou o braço na boca limpando e disse:


.--Saia da minha casa!


--Como é que é?


Ela foi direta:


-Esta casa é uma pocilga!Um inferno com você! Devias morrer na fogueira! Saia da minha casa, diabo fedorento!


--Reza mulher!


Ela disse entre lágrimas:


--Tu és a cruz que eu carrego! Que cruz pesada!!


O frasco vibra. As rachaduras se rompem. O liquido viscoso branco amarelado escorre. Auxiliadora da um grito de parto e de dor! O vidro se quebra e o homúnculo cai no ventre de Auxiliadora. Se meche com vida. Vira a face procurando os olhos de Nino.


--Apophis Reltih eu te dou a minha vida! Veja Auxiliadora o fruto do nosso amor! ..


--- Prove! Prove! Disse Auxilhiadora com o feto no colo procurando seios.E você e nunca deu um litro de leite a minha criança.


Nino reponde com uma voz estranha e face mefistotélica.


Você ainda não compreendeu a fome da tua vida infeliz? Idiota a PALAVRA do Pai é tudo para a criança! É o leite que proporciona o amor. Só os que mamam da PALAVRA são felizes.Você nunca bebeu da PALAVRA só regurgitaste o leite da mentira.Você é a prova da minha mentira. Eu sou o pai da mentira que você carrega mulher infeliz. Au-xi-lhi-a-doressss você é judia!


O candelabro com as duas velas cai. As cortinas começam a queimar.


Auxiliadora grita;


--Vamos morrer queimados na fogueira!


Coloca o feto na cama desesperada.


--Diabos não morrem no fogo do inferno! Reza... Quem sabe você vai para o céu. Deus é ateu e o diabo é cristão.


--Nino tira a sua espada e da um golpe rápido degolando-a. Sua cabeça cai nos pés de São Bento.


Nino finaliza:


--Infeliz!


Diabos não carregam nenhuma cruz!


Cai tomado pelo fogo do seu inferno!